
Júlio Bueno
São Paulo está sendo governada pelo PSDB desde Janeiro de 1995, quando o eleito Mário Covas tomou posse. Daqui a pouco pode completar-se duas décadas de império do tucanato em nossas terras (no mínimo 19 anos).
Vejo por aí algumas mentes illustradas a gritar que é necessário se colocar um basta em tanto de PSDB em São Paulo. Bom, há de se concordar e discordar.
Primeiro, se São Paulo compreendido dentro da Federação Brasileira for, é muito melhor ficar com o PSDB do que abrir as pernas para o PT e seu nefasto projeto hegemônico. Segundo, se São Paulo independente estiver em perspectiva, é evidente que um partido tão insosso quanto o que nos governa não tem espaço.
Muitos de nossos problemas dentro do quadro da Federação seriam, certamente, minimizados se, nos últimos tempos, tivéssemos tido um governador legitimamente Paulista, e quando digo isso não me refiro a antepassados bandeirantes ou que lutaram na Guerra de 1932, mas sim e especificamente ao seu espírito.
Que o Paulista não é subserviente todos reconhecem. Que São Paulo é líder todos os sensatos proclamam (Gilberto Freire que o diga, entre outros ilustres). Será que somente nossos governadores não reconhecem isso e não partilham desses valores ? Qual a motivação disso ? Quais as culpas ?
Não se pode de modo algum não pensar na lavagem ideológica nacionalista que os "brasileiros" fizeram, em maior grau contra nós, e em menores graus, contra outros povos da América lusófona. Décadas deste sujo trabalho certamente deram seus frutos e refletem mui bem em nossa elite dirigente. Pouquíssimos políticos Paulistas hoje enchem a boca para falar de São Paulo, e quando nada falam, ainda falam mal.
Se um governador com aquilo roxo, que fosse capaz de contrapor o enorme peso de São Paulo ao maquiavélico poderia da União, fazendo uma política federal alternativa, que nos colocasse na dianteira do controle do Brasil, como foi antes de 1930, não teríamos tantas queixas, nosso orgulho hoje não precisaria de tantas reparos, nosso desenvolvimento teria caminhada geometricamente, mas ficamos nesse mar de pusilanimidade. E seria também melhor para o Brasil, convenhamos.
Nem mesmo um governador como foi o estimado Quércia não passou apenas de uma sombra pálida de legítimo líder nacional Paulista.
O PSDB se quiser ter futuro em nossa nação deve começar a pensar como Paulista velho.